quarta-feira, 11 de abril de 2012

1ª Doutora Travesti do Brasil

"Busquei no estudo uma vida melhor", diz 1ª travesti doutoranda do país

GABRIELA ALVES - DO G1 CE - PORTAL G1 GLOBO.COM, 11/04/2012 - FORTALEZA, CE

Mesmo na infância em Morada Nova, a 163 km de Fortaleza, a discriminação não foi barreira para a cearense Luma Nogueira de Andrade, que nasceu com o nome de João. Filha de agricultores analfabetos, ela resolveu abrir caminhos e enfrentar a pobreza e o preconceito com o conhecimento. Aos 35 anos, Luma será em julho a primeira travesti a apresentar uma tese de doutorado no Brasil. “Canalizei toda a energia para os estudos e, assim, fui conquistando respeito de todos. Busquei no estudo uma alternativa de vida melhor”, diz.

A doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) estuda a realidade de travestis nas escolas. Nas páginas da tese, ao relatar casos de estudantes que vivem situações de aceitação ou total repressão, Luma faz um paralelo com a própria história.

A cearense conta que, nas primeiras séries escolares em Morada Nova, chegou a ser agredida por outros alunos por “ser diferente e sempre preferir brincar com as meninas”. “Uma vez, quando cheguei na sala de aula chorando, ouvi da professora: 'Bem feito. Quem mandou você ser assim?' ”, recorda. O menino João não se sentia bem para ir ao banheiro masculino e não podia frequentar o feminino. “Sentia dores abdominais porque preferia não ir ao banheiro. Muitas vezes, saia correndo para casa quando terminava a aula para urinar”, conta.

Em vez de desistir de assumir quem era ou se rebelar, Luma repetia para si mesma: “Eu vou superar isso”. E, assim, foi vencendo o preconceito dos alunos e professores, sendo sempre o destaque da turma. “A estratégia era eu ser a melhor aluna. Eu fazia um acordo, eu ajudava, dava aulas particulares e eles me aceitavam”, diz. Aos 18 anos, quando passou no vestibular na primeira tentativa para o curso de Ciências da Universidade Estadual do Ceará (Ceará), no campus de Limoeiro do Norte, os olhares de reprovação por se vestir com roupas femininas e estar maquiada não diminuíram. “Eu me enganei. Na faculdade, eu sofri tanto quanto na educação básica”.

De cabelos compridos, mas ainda assinando como João, Luma voltou para a sala de aula. Dessa vez, como professora de Ciências da Natureza. “No primeiro dia, os diretores da escola ficaram atrás da porta para observar como eu dava aula”, lembra. Ao contrário do que pensavam, a professora era uma das mais queridas e reconhecidas pelo ensino. “Por entender as dificuldades de ser diferente, eu me identificava muito e me aproximava dos alunos. Muitos deles, de alguma forma, se viam diferentes”, conta.

Em 1998, Luma Andrade passou para concurso de professor efetivo da rede municipal de Morada Nova e também começou a ensinar em escolas estaduais e particulares. Quando passou no Mestrado em Desenvolvimento do Meio Ambiente em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apesar de ser vista por colegas de trabalho com “mau exemplo”, não abriu mão de continuar a ensinar e pediu transferência para uma escola de Aracati, município mais próximo de onde estudava.

Com o título de mestre, em 2003, ela prestou concurso para a rede estadual de ensino de Aracati e, de quatro vagas, foi a primeira e única aprovada. Na hora de ser lotada, os diretores disseram que não havia vagas e Luma teve de pedir a intervenção da Secretaria de Educação do Estado (Secult) para assumir o cargo. Em Aracati, Luma passou a dar palestras e aulas de cursinho pré-vestibular e desenvolveu, em 2005, o projeto “Intimamente Mulher” que incentivava alunas e professoras a fazer exames de prevenção. A iniciativa ganhou o primeiro lugar no Estado e Luma recebeu o prêmio no Ministério da Educação.

Mesmo com reconhecimentos e títulos, a educadora continuava encontrando discriminação. Ao colocar próteses de silicone nos seios, a travesti conta que foi enviada uma denúncia à Secretaria de Educação. “Eles diziam que estava mostrando os seios para os alunos, mas provei que não era verdade. Ia até com uma bata para não chamar atenção”. Em 2007, passou em uma seleção e mudou-se para Russas para ser supervisora de 26 escolas estaduais em 13 municípios do Ceará. No cargo, a travesti pode acompanhar e ajudar mais de perto as histórias de outras “Lumas” agredidas na escola ou em casa. “Eu via nelas eu mesma. Toda a dificuldade que passei”.

Mudança de nome
Aos 33 anos, Luma ainda tinha nos documentos o nome de João Filho Nogueira de Andrade. No dia da mulher de 2010, ganhou o presente de ser a primeira travesti a ter o direito de mudar os documentos sem a operação de mudança de sexo no Ceará. As histórias de vitórias e de superações que já chamaram atenção de cineasta e políticos não vão parar. Luma não se cansa de seguir e abrir os caminhos em defesa da diversidade humana. “Quero combater todo o preconceito. Cada passo que eu dou, cada degrau que eu subo, sei que estou contribuindo para mudar pessoas e não posso deixar de buscar novos espaços. A própria travesti pensa que não existe outro caminho sem ser a prostituição”, afirma.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Evasão no Ensino Médio.

Abandonou o Ensino Médio? Você não está sozinho!

Situação preocupante.
Erick

A divulgação pelo INEP da Sinopse Estatística do Ensino Básico de 2010 revela números extraordinários. Um desses indicadores é a Taxa de Abandono por Série, por Unidade da Federação.
O percentual nacional geral é de 10,3%, o que, considerando um total de pouco mais de 10.000.000 de alunos matriculados em 2010, significa que mais de 1.000.000 de alunos largam o Ensino Médio a cada ano, sem completa-lo. E o que é pior, não existe uma política para recuperação dessa evasão.

Mas esse comportamento não é homogêneo nem por Estado e nem por dependência administrativa. Enquanto nas Escolas Privadas o índice de abandono é de 0,5%, nas Escolas Estaduais é de 11,7%.
Os três estados com pior índice: Pará (19,2%), Alagoas (17,8%) e Paraíba (17,4%), enquanto que os três com os melhores índices (menos piores) – São Paulo (4,5%), Distrito Federal (6,6%) e Paraná (6,7%).

Esse comportamento, que se repete ano após ano, gerou um número extraordinário: São 10.000.000 de adultos evadidos e que ficaram com o Ensino Médio incompleto, o que produz apagão de mão-de-obra, salários baixos, e pouca entrada nas universidades.

Saiba como obter seu Certificado do Segundo Grau via ENEM e ganhe uma bolsa com 90% de desconto!

Com base nesses dados, duas importantes ações poderiam ser tomadas:
- Como evitar essa evasão e
- Como recuperar essa evasão.
O Interessante é que a grande maioria dos profissionais e estudiosos da educação no Brasil só enxerga o problema pela visão (a) e quase nunca pela visão (b).
Trocando em miúdos, isso significa que todos se preocupam em evitar que nos próximos 10 anos, mais 10.000.000 deixem as escolas, mas ninguém está fazendo nada para recuperar os 10.000.000 que evadiram nos últimos 10 anos.

Não é curioso isso?
É como se, ironicamente, na área de segurança, todos estivessem preocupados em evitar que os presos fujam (objetivo louvável!), mas ninguém estivesse preocupado com os que já fugiram!
Um fio de esperança parece ter surgido com as redefinições do ENEM a partir de 2009. Uma das atribuições do ENEM é servir para Certificação para o Ensino Médio para aqueles maiores de 18 anos, como se fosse um supletivo.
Nos Estados Unidos existe o GED (General Educational Development ou também General Equivalency Diploma) com a função de recuperar a evasão (drop-out recovery) das High-schools.
As causas do abandono na maior parte das vezes tem raízes econômicas. Começar a trabalhar, filhos, casamento, dificuldade para conciliar horários e mesmo falta de percepção da importância dessa escolaridade para a vida futura.

Aqui no Brasil falta uma política agressiva no sentido de permitir que esse pessoal que abandonou os estudos possa recuperar o tempo perdido. A divulgação dessa possibilidade é fundamental para aqueles que quiserem estudar para obter os pontos necessários e saber que poderão fazê-lo agora duas vezes por ano via ENEM.
Nos últimos 2 anos, cerca de 1.000.000 de brasileiros já fizeram o ENEM com esse objetivo de obter o Certificado do Ensino Médio e cerca de 20% (200.000) passaram. Já é alguma coisa!

Fonte: Yahoo/Educação/2012

Estágio Volkswagen

Estágio

A Volkswagen do Brasil acaba de abrir as inscrições para o "Estágio Volkswagen - Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2012", maior evento automobilístico da América Latina. Serão selecionados 120 candidatos para atuarem no atendimento ao público do Salão, que será realizado de 24 de outubro a 04 de novembro. Podem participar estudantes dos cursos de engenharia (mecânica, mecatrônica, automobilística, elétrica e eletrônica), design/desenho industrial, relações públicas, publicidade e propaganda, marketing, jornalismo e administração de empresas. As inscrições devem ser feitas pelo site www.vw.com.br/estagiosalaodoautomovel2012 até o dia 27 de abril.

Fonte: Profº Wagner Horta/Jornal da Educação